Maior acampamento escoteiro do Brasil chega ao fim, mas deixa legados

Autor: Silmar Batista
Fonte: http://portal.comunique-se.com.br/index.php/releases/terceiro-setor/maior-acampamento-escoteiro-do-brasil-chega-ao-fim-mas-deixa-legados.html

Termina neste sábado, dia 21 de julho, o maior acampamento escoteiro do Brasil. Com o tema “Muitas Origens, Um Só País”, o 5º Jamboree Nacional contou com cinco dias de atividades no Rio de Janeiro envolvendo mais de cinco mil escoteiros – de 11 a 17 anos - de todas as partes do país. O resultado desse evento pode ser medido em números: foram mais de 60 mil horas de serviços voluntários prestados e diversos ensinamentos passados às futuras gerações nas áreas de sustentabilidade, inclusão social, cultura, e claro, o respeito à diversidade e ao próximo.

Para atender a essa “pequena cidade” que foi criada, mais de mil adultos fizeram parte das equipes de serviço – destinadas a limpeza, manutenção, logística, segurança e alimentação dos escoteiros -, além de outros 160 na direção do evento. Esses voluntários são pessoas como Altamiro Vilhena, médico pediatra que atua profissionalmente no cuidado e atendimento a tribos indígenas. Membro do Movimento Escoteiro há mais de 20 anos, participou como coordenador de uma das atividades. “Aproveitamos o acampamento para desenvolvermos uma cultura de respeito às tradições indígenas. No Brasil, além de possuirmos uma das maiores diversidades étnicas e linguísticas do mundo, quase todos nós somos descendentes dessa população”.

Outro exemplo de voluntariado é Antonino Pio de Carvalho, que é procurador federal do Incra e diretor de Relações Institucionais dos Escoteiros do Maranhão. “É fundamental participarmos da educação do jovem, dando todo o apoio e suporte para que eles se tornem melhores cidadãos no futuro. Poder dedicar parte do meu tempo para esse objetivo é gratificante”.

O engajamento desses voluntários contribuiu também para que importantes ensinamentos fossem passados aos jovens escoteiros. Na área da Sustentabilidade, a maior conquista é a formação de um pensamento mais amplo quanto à importância do assunto. “Durante esse acampamento nós não somente informamos os jovens, mas os levamos a refletir e questionar o tema. Desenvolvemos atividades que podem ser aplicadas também nas cidades em que eles atuam para ajudar na conscientização das comunidades locais”, garante Marco Romeu, presidente dos Escoteiros do Brasil.

Também foram produzidas 650 peças de artesanato com materiais reaproveitáveis - como caixas de leite para o porta-moeda, jornal para o porta-guardanapo e latas de alumínio para o coletor de pilhas – que serão doadas para entidades carentes. A ideia é que esse material possa ser vendido e tenha sua verba revertida para manutenção dessas organizações.

Outra ação importante foi o estímulo no reaproveitamento de alimentos e o aprendizado na montagem de um aquecedor solar, projeto que será replicado futuramente em comunidades carentes de vários estados brasileiros. “Essas atividades, por exemplo, não apenas contribuem para a sociedade em geral, mas também ajudam no desenvolvimento de habilidades manuais e estimulam o reaproveitamento de materiais pelos mais jovens”, explica o dirigente.

A inclusão social também foi lembrada, com a simulação de uma atividade escoteira para pessoas com necessidades especiais. A iniciativa permitiu que os jovens conhecessem as dificuldades de não contar com determinado sentido, ajudando no desenvolvimento de um sentimento de empatia e inclusão, e ensinando a maneira de se portar em situações como estas.

Mas entre todas as ações, cabe um destaque especial para o jogo “Play the Call”, que atuou em parceria com o Movimento Escoteiro em uma das atividades. A organização do jogo – que tem como objetivo unir a humanidade para construir novas relações sociais -, lançou um desafio aos escoteiros: mudar o mundo em quatro anos.

A ideia básica do “game na vida real” é disseminar o amor e a não violência. “Houve uma grande identificação com o Movimento Escoteiro porque ambos têm objetivos em comum como mudanças positivas para o mundo, promoção da amizade e fraternidade e atividades ao ar livre”, finaliza Romeu.

Para o presidente dos Escoteiros da região do Rio de Janeiro, Carlos Frederico dos Santos, o know how da organização de um grande acampamento escoteiro é o maior legado. “Ficamos muito felizes com o resultado do nosso trabalho. Mostramos ter condições de fazer grandes eventos para os jovens e vamos utilizar o nosso aprendizado aqui na realização de outros acampamentos regionais. Mas sem dúvida alguma, o maior resultado foi oferecer com sucesso essa experiência para que os jovens possam ser protagonistas das mudanças sociais nas suas comunidades”.

Durante o 5º Jamboree Nacional, jovens entre 11 e 17 anos compartilharam tradições e culturas diferentes trazidas de suas regiões. Com o tema “Muitas Origens, Um Só País”, a ideia do evento era celebrar a diversidade de origens do nosso povo. O acampamento contou com uma série de atividades relacionadas à sustentabilidade e proteção ao meio ambiente, além de atividades na praia e, claro, visita aos pontos turísticos do Rio de Janeiro. Outros temas como saúde, paz e compreensão, ciência, tecnologia, arte e cultura também fizeram parte da programação.

Sobre o Escotismo

O Movimento Escoteiro é a maior Organização Não Governamental do mundo, com mais de 32 milhões de participantes, de ambos os sexos, em 210 países. Sua proposta é contribuir para o desenvolvimento do jovem por meio de um sistema de valores que prioriza a honra, baseado na Promessa e na Lei Escoteira, e por meio da prática do trabalho em equipe e da vida ao ar livre.

Fundado pelo britânico Sir Robert Baden-Powell, em 1907, é um movimento educacional, voluntariado, apartidário e sem fins lucrativos que tem como objetivo formar melhores cidadãos. No Brasil, o Escotismo tem 102 anos e mais de 70 mil membros.